A inovação nas corporações não é mais apenas baseada nas tradicionais iniciativas de inovação fechada (ex.: P&D) e de melhoria contínua (ex.: ver e agir), pois o mundo mudou e há alguns anos a inovação ganhou novas definições muito mais complexas – como a inovação aberta (Chesbrough, 2003) – criando um terreno amplo e fértil para a cocriação, cooperação e colaboração de talentos dentro e fora dos limites das empresas.
A inovação se tornou pauta preponderante em reuniões de board e diretoria, com inúmeras possibilidades, todas aparentemente urgentes, mas as corporações não dispõem de recursos e talentos ilimitados para fazer frente a tantas demandas de inovação, por isso inovar de forma estratégica pode fazer toda a diferença.
Neste conteúdo iremos trazer à você contextos e a visão dos porquês da adoção da inovação estratégica como elemento de vantagem competitiva decisiva na nova economia.
CONTEXTO DE INOVAÇÃO NA NOVA ECONOMIA
Seja no universo corporativo, nas nossas profissões ou mesmo no nosso cotidiano, uma coisa é inquestionável: a inovação faz parte das nossas vidas.
O tema inovação é pauta de conversas e discussões informais, estudos acadêmicos, mas especialmente de estratégias de negócios.
É possível que estejamos vivendo um dos momentos mais inovadores na história da sociedade global, fruto da explosão tecnológica das últimas três décadas em que o conhecimento se tornou fluido e acessível a praticamente todo indivíduo conectado à internet.
Este efeito trouxe dados e informações a bilhões de indivíduos nos quatro cantos do planeta, permitindo que seu processo de aprendizado se tornasse fluido e constante através do chamado Lifelong Learning, mas especialmente fazendo com que a tomada de decisão individual se tornasse cada vez mais volátil, influenciando a preferência e decisão de consumo de pessoas várias vezes ao dia, todos os dias.
Neste cenário VUCA (Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity, ou, traduzindo para o português: Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade), com consumidores reposicionando sua decisão, inundados por opções e experiências, um dos grandes desafios de executivos, gestores e profissionais de corporações de todos os tamanhos é: como usar a inovação de forma estratégica para obter a melhor performance e engajando pessoas em torno de um propósito comum.
Habitualmente estratégias precisam definir um norte verdadeiro, um roadmap para se alcançar objetivos de curto, médio e longo prazos alinhados ao propósito da companhia, e especialmente pautando recursos de todas as ordens para que se obtenha a performance desejada.
Entretanto, quando o tema é inovação, a sensação de executivos e decisores de topo em companhias é o caos, em que tudo é urgente e não há recurso para tudo, e que o ataque literalmente pode vir de qualquer lado, seja de um grande competidor global, de um conglomerado asiático ou mesmo de uma startup fora do radar.
Assim, é imprescindível buscar de forma assertiva delinear aquilo que é prioritário, exequível e ambicioso o suficiente a ponto de engajar seus talentos e o mercado. E é exatamente isso que corporações precisam fazer, usar a inovação estratégica a favor de seu crescimento contínuo e sustentável, nesta admirável nova economia global.
Continue essa leitura e entenda por que a inovação estratégica se tornou uma das principais políticas de negócios e como colocá-la em prática.
O QUE É INOVAÇÃO ESTRATÉGICA
Inovação estratégica é um conjunto de decisões e definições de prioridades direcionadas pela alta gestão da empresa, que engajam talentos a transformarem a corporação em todas as áreas, gerando melhoria de performance e competitividade através de novos produtos, serviços, processos ou modelos de negócios que, quando cocriados colaborativamente, geram novas experiências e maiores percepções de valor por seus clientes e consumidores.
Em um mercado hiper competitivo, multifacetado, conectado, fluido e cada vez mais digital, inovar não é tendência, mas sim urgência. E para isso, desenvolver uma estratégia de inovação pautada em visão, compreensão, clareza e agilidade é crucial para assegurar competitividade e posicionamento de destaque no mercado, especialmente quando sua empresa enfrenta um cenário de forte concorrência phygital (física e digital).
Entretanto, a inovação não é algo que acontece por impulso, ou da noite para o dia. Depende de políticas, processos, regras e combinados muito bem estruturados para permitir constância e consistência, fazendo com que a cultura organizacional evolua gradativamente ao aculturar, qualificar e engajar talentos da organização a aprenderem com erros louváveis e acertos, começando e recomeçando projetos, promovendo mudanças e criando um ambiente interno de abordagem inovadora a desafios e de uma nova cultura, que dificilmente pode ser replicada ou suplantada por competidores.
Mas… a cultura organizacional está envolvida neste processo? Exatamente, o segredo está nas pessoas da sua companhia, e sempre esteve, e elas inovam com base no aprimoramento da triade mindset, toolset & skillset, pois – infelizmente -, pessoas habitualmente não inovam por medo, por isso uma abordagem estratégica é tão importante.
Dessa forma, a inovação estratégica está ligada a priorizar, fazer escolhas, assumir riscos calculados, promover rápida experimentação e ser mais produtivo ao permitir que o valor da marca transborde as soluções atuais que sua empresa leva ao mercado.
Ainda, a inovação estratégica muda qualitativa ou quantitativamente fatores relevantes na companhia, elevando a empresa a um patamar superior de competitividade e entregando um valor único e diferenciado ao consumidor, seja B2B ou B2C.
Na prática, a inovação estratégica é pautada em um propósito forte e contundente, no empoderamento de pessoas e na busca incessante por performance de curto, médio e longo prazo, através de um conjunto de ações internas que fomentam a criação de soluções que tragam para empresa a renovação no segmento atual, novos produtos e/ou novos mercados.
O resultado esperado é que a empresa sustente crescimento a longo prazo, assegure margem e lucratividade, e assim longevidade e consistência corporativa.
Mas… a cultura organizacional está envolvida neste processo? Exatamente, o segredo está nas pessoas da sua companhia, e sempre esteve, e elas inovam com base no aprimoramento da triade mindset, toolset & skillset, pois – infelizmente -, pessoas habitualmente não inovam por medo, por isso uma abordagem estratégica é tão importante.
Dessa forma, a inovação estratégica está ligada a priorizar, fazer escolhas, assumir riscos calculados, promover rápida experimentação e ser mais produtivo ao permitir que o valor da marca transborde as soluções atuais que sua empresa leva ao mercado.
Ainda, a inovação estratégica muda qualitativa ou quantitativamente fatores relevantes na companhia, elevando a empresa a um patamar superior de competitividade e entregando um valor único e diferenciado ao consumidor, seja B2B ou B2C.
Na prática, a inovação estratégica é pautada em um propósito forte e contundente, no empoderamento de pessoas e na busca incessante por performance de curto, médio e longo prazo, através de um conjunto de ações internas que fomentam a criação de soluções que tragam para empresa a renovação no segmento atual, novos produtos e/ou novos mercados.
O resultado esperado é que a empresa sustente crescimento a longo prazo, assegure margem e lucratividade, e assim longevidade e consistência corporativa.
POR QUE INOVAR DE FORMA ESTRATÉGICA?
A transformação e a evolução exponencial do mercado global, especialmente nas últimas três décadas, fizeram com que se tornasse questão de sobrevivência implantar inovação estratégica alinhada às premissas macro das companhias.
Obviamente não é possível inovar em todas as frentes da companhia simultaneamente, e por isso a inovação estratégica apoia decisões do topo para concentrar esforços nas áreas que podem trazer inovações com quick wins (vitórias rápidas) que fortalecem a segurança e a cultura ágil dos inovadores da companhia, os conduzindo gradativamente através dos horizontes de inovação (Baghai, Coley & White, 2000), trabalhando inovadores no H1 (horizonte de curto prazo, focado melhoria de performance) para conduzi-los aos níveis H2 (horizonte de médio prazo, focado em mercados e negócios adjacentes) e assim para o nível H3 (horizonte de longo prazo, transformacional).
E por falar de inovadores, importante reforçar que inovação é comportamento e que pessoas podem mudar de comportamento influenciadas positivamente por outros ao seu redor, assim como apresentado pelo professor Everett Rogers, da Iowa State University, através da curva da difusão das inovações (Rogers, 1962).
Em um cenário de incertezas, é muito importante que os inovadores sejam engajados a serem assertivos, não no sentido de não cometerem erros louváveis em seu aprendizado inovador, mas sim em definir estrategicamente quais batalhas guerrear, com qual exército, quais recursos, em quais terrenos e frontes, e especialmente em qual horizonte de tempo.
Assim, é fundamental focar a inovação estratégica em torno de um forte propósito, de forma a engajar pessoas e buscar performance de forma sustentável.
COMO PRIORIZAR A INOVAÇÃO ESTRATÉGICA
Em artigo do final de 2021, a Harvard Business Review trouxe uma visão pragmática sobre formas de inovar estratégicamente, em que se demonstra que cerca de 50% dos CEOs participantes da 24th annual CEO survey (2021) da PwC informaram planos para aumentar seus investimentos digitais (tecnologias) em 10% ou mais, superando quaisquer outras categorias da pesquisa.
Se você não faz parte desse seleto grupo de CEOs, é importante frisar que a inovação estratégica será ainda mais fundamental para seu planejamento, e isso requer uma mudança de mentalidade.
É preciso desafiar todos os grandes investimentos em tecnologia perguntando:
Esta pergunta tem o poder de mudar seu diálogo sobre esses investimentos maciços e pode evitar que você caia na armadilha de programas típicos de implementação de plataformas em grande escala que duram vários anos, custam enormes quantias de dinheiro e exigem um esforço enorme para que os funcionários adotem novos maneiras de trabalhar – e, em última análise, não ajudam a diferenciar e vencer.
Estes são seis imperativos a serem considerados para entregar resultados diferenciados de seus próprios investimentos em tecnologia:
- Conecte tecnologias para obter resultados claros e diferenciados para o cliente
- Equilibre seus investimentos entre grandes tecnologias, pequenas tecnologias e nenhuma tecnologia
- Seja muito seletivo sobre onde inovar ou integrar
- Alinhe seu modelo operacional para alcançar o resultado desejado
- Mude a relação entre a tecnologia e seus talentos
- Repense o modelo de negócios por trás dos investimentos em tecnologia
A inovação estratégica surge, não como uma solução clara, mas como um processo contínuo, no qual cada conquista traz resultados positivos, mas que não são perenes. É necessário estar sempre atento a novas ações para alcançar novos resultados.
E com os expressivos resultados alcançados por empresas inovadoras tem-se a motivação necessária para continuar investindo recursos em uma nova perspectiva de valor para o consumidor.
Sendo que a estratégia de inovação é uma decisão da alta administração e os recursos necessários devem ser disponibilizados e esclarecidos para sua efetiva execução.
O primeiro passo para priorizar a inovação pode ser a aplicação de ferramentas de macroanálise e de análise do planejamento estratégico, para que essas duas iniciativas se apoiem mutuamente para uma visão do que será realizado dentro da empresa.
Com o cruzamento dos dados internos e externos avaliados pela matriz SWOT, a sequência seguirá a elaboração e descrição da estratégia de inovação.
Questões como definir quais lacunas e oportunidades se tornarão metas e objetivos de desenvolvimento (com base na categoria de radar e foco selecionado – novos produtos, novos mercados ou atualizações de negócios) são os critérios principais e irão orientar todas as ações e reavaliar iniciativas futuras.
Temáticas relacionadas a parcerias, orçamentos e métodos de desenvolvimento de projetos (selecionando regiões ou profissionais para formar uma equipe específica, seja de longo prazo ou sazonal, para gerenciar ou desenvolver ideias potenciais) também são questões básicas na implementação de estratégias organizacionais.
Os parceiros escolhidos podem ser instituições com conhecimento técnico, organizações que promovem e liberam crédito para inovação ou mesmo outras empresas. O principal critério de seleção deve ser o valor e a cultura entregues pelo parceiro, o qual deve complementar o valor da organização.
Os canais internos de recebimento e compartilhamento de ideias, bem como as iniciativas de reconhecimento dos colaboradores envolvidos, além de definir claramente os critérios para o desenvolvimento e reconhecimento das ideias, também são essenciais para estimular o compliance.
Salientando que para as empresas que estão no início do processo de inovação, estas precisam trabalhar muito para melhorar o engajamento dos colaboradores, não apenas com foco na estratégia, mas também na compreensão e prática da estratégia e cultura de inovação.
Infelizmente, em alguns casos a cultura organizacional – quando ainda não alinhada – acabará inibindo as contribuições por não reconhecer as boas ideias e sufocar os funcionários em rotinas burocráticas ou repetitivas.
Esse paradigma precisa ser superado pela implementação de novas perspectivas de pensamento inovador em ação.
ONDE PRIORIZAR A INOVAÇÃO ESTRATÉGICA
Literalmente todas as unidades de negócios, áreas, departamentos e seções da empresa possuem oportunidades de inovação H1, H2 e H3, fazendo com que as escolhas feitas através da inovação estratégica sejam ainda mais vitais, e sempre que possível focadas nas iniciativas que mais beneficiem o posicionamento da companhia.
O poder da inovação no desenvolvimento e fomento de novas soluções (produtos, serviços), processos ou modelos de negócios para a empresa pode acontecer tanto no ambiente interno com inovações de performance e produtividade em H1, H2 e H3, quanto no ambiente externo por meio de inovações com forte viés de customer centricity, em que se gera, entrega e captura valor no mercado de forma recorrente.
Assim, é fundamental aculturar e treinar os colaboradores da empresa a praticarem a ambidestria (explore & exploit), de forma a conectar inovações internas às externas, organizando o acompanhamento da atual maturidade e cultura organizacional e identificação de possíveis gaps e pontos de melhoria para o atingimento dos objetivos traçados na inovação estratégica.
É fundamental empenhar uma visão sistêmica que ajude tanto a investigar as atuais necessidades bem como a monitorar a evolução das inovações porta para dentro e porta para fora, observando a empresa e o negócio com análise de oferta, relacionamento, marca, clientes, plataforma, experiência do cliente, entrega e captura de valor, cultura organizacional, supply chain e presença.
COMO APLICAR A INOVAÇÃO ESTRATÉGICA
Para aplicar a inovação estratégica à sua empresa ou corporação, é imprescindível que num primeiro momento, os altos executivos conquistem um amplo conhecimento dos contextos de inovação e seus processos, além de conhecimentos acerca das ferramentas de inovação e noções gerais do contexto inovador.
A importância da inovação (gestão de incertezas no mundo contemporâneo, a importância e as dificuldades de se inovar), como criar um DNA inovador (modelos de geração e gestão de ideias, equilíbrios e portfólio de inovações), ferramentas de inovação (resistências à inovação e como vencê-las, ativadores da inovação, fronteiras, viabilidades), e a cultura inovadora (mindset para inovação, atitudes de lideranças inovadoras, inovação como escola de talentos) são temas que devem ser conhecidos, pelo menos de forma macro, pelos executivos da companhia para direcionar a estratégia da inovação.
Para começar a construir o plano de ação certo, você precisa definir claramente seus objetivos de negócios e articular porque deseja inovar em primeiro lugar. Uma boa estratégia de inovação definirá claramente sua ambição de crescimento estratégico, recursos táticos e capacidades operacionais.
Sua estratégia de inovação deve formar a ponte entre sua missão, visão e intenção corporativa de alto nível e as atividades diárias da equipe. Para isso, saiba quem será realmente responsável por fazer as coisas acontecerem, capture e estruture essas informações com um plano de governança claro e aprovado.
Faça perguntas estratégicas como:
- Quão comprometida está sua equipe de liderança com a execução da estratégia de inovação?
- Você deseja obter ganhos rápidos de curto prazo ou uma evolução cultural de longo prazo?
- Você está se concentrando na inovação incremental ou deseja inovar radicalmente?
- Como você descreveria sua estratégia de inovação empresarial atual?
- Quais são suas capacidades de inovação atuais?
Uma vez que a estratégia de inovação requer desenvolvimento e teste, é provável que precise ser alterada durante o processo de implementação. Portanto, a forma de gerenciar esse processo precisa garantir a confiança e agilidade na coleta e análise de dados.
O DIFERENCIAL COMPETITIVO DA INOVAÇÃO ESTRATÉGICA
A resposta ao cenário VUCA para a geração de diferencial competitivo às companhias deve ser pautado especialmente em Visão, Compreensão, Clareza e Agilidade, com forte viés de customer centricity e com o entendimento de que mercados estão em movimentos cada vez mais rápidos, os contornos dos segmentos não são precisos e previsíveis como em outras épocas e que tecnologias novas surgem a toda hora, com empreendedores aguerridos e focados em criar disrupção em segmentos ou mesmo em micro segmentos.
Num cenário de forte concorrência enfrentada pelas empresas a melhor opção é aderir à estratégia de inovação para garantir competitividade e posição de destaque no mercado.
Porém, a exploração da inovação precisa ser cíclica, começando de novo a cada mudança ou projeto. Com olhar muito claro de que muitas vezes a inovação não pode ser protegida de ser copiada ou superada.
Assim, o sucesso de longo prazo depende cada vez mais da capacidade de gerar novas demandas, criar e conquistar novos mercados e inovar, tornando-se mais competitivo.
Este exemplo sugere que o mercado é um vasto oceano, dividido em duas partes: o oceano vermelho e o oceano azul. Sendo a primeira parte, um ambiente controverso e limitado.
Nesse oceano existem tanto mercados existentes quanto conhecidos setores, nos quais um grande número de empresas explora e compete pela mesma fatia de mercado, formando uma disputa empresarial permanente.
A ideia do oceano vermelho nasce desse cenário altamente competitivo, em que empresas tentam superar seus concorrentes para garantir a seus clientes disputas acirradas. Esse cenário “sangrento” do oceano vermelho limita o desempenho da empresa, diminui as expectativas de crescimento da marca e, portanto, reduz as margens de lucro.
Ao contrário, o oceano azul, de águas calmas, sugere reduzir a competição, ampliar as fronteiras do mercado e criar seu próprio espaço de ação. Isso pode acontecer quando uma empresa torna a concorrência quase irrelevante e cria novas regras para o mercado, e essas regras não foram definidas antes.
Numa era em que a vantagem competitiva é tão escassa e fugaz, a adoção e melhoria contínua da estratégia do oceano azul (Chan Kim & Mauborgne, 2005), ou a estratégia de vantagem competitiva sustentável, pode garantir a diferenciação de mercado para as empresas que implementam esta estratégia.
Para criar um oceano azul, é preciso primeiro entender a dinâmica do Oceano Vermelho, ou seja, o modo de competição atual no setor industrial. Informações como tamanho do mercado, concorrência, pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças, participações de mercado e participantes potenciais podem ajudar a descrever a situação atual.
No entanto, esses dados podem obscurecer os resultados da avaliação dos pontos de mercado. Esse caminho começa com a formação de uma nova curva de valor, que pode conectar a empresa com novos atributos, mas ainda assim será reconhecida e valorizada pelos clientes.
É importante lembrar que “valor” é o que é útil para o cliente e o que o motiva a adquirir um produto ou serviço. Além da chave para formular uma estratégia de inovação disruptiva, a chave para criar um oceano azul é reduzir ou eliminar certos atributos de valor e gerar ou aprimorar outros.
Dessa forma, é criada uma nova curva de valor, que trará às empresas coligadas o status de inovadoras e pioneiras.
Esta estratégia do oceano azul alerta para os riscos de navegar no oceano vermelho. A acirrada competição de mercado e o pequeno espaço para inovação limitam as possibilidades de ação da empresa.
Dentre eles, as previsões e estratégias são sempre baseadas em cenários conhecidos e de competição, o que cria relacionamentos e cenários instáveis para a organização. Esse conceito de mercado competitivo acaba tornando sua estratégia obsoleta, pois as constantes disputas limitam suas possibilidades de negócios, expansão e desenvolvimento.
Por isso á tão importante que a inovação estratégica trabalhe a ambidestria do explore & exploit para criar uma cultura organizacional ágil e única, tendo se em vista que muitas vezes a competição resulta em produtos e estratégias cada vez mais parecidas, em que uma empresa tenta copiar o sucesso da outra e acaba por coibir o desenvolvimento de ambas.
Isso porque ao tornar todas as opções similares elas se tornam menos interessantes para o consumidor que acaba optando pelo menor preço, posição sempre desfavorável às marcas que se beneficiam mais ao trabalhar a proposta de valor.
Aqui temos quatro pontos que demonstram a necessidade e relevância das estratégias de inovação: a semelhança entre produtos e serviços, as vantagens competitivas dos novos substitutos por eles introduzidos, o desgaste das estratégias exploradas pelo mercado e a obsolescência da tecnologia.
COMO GERIR A INOVAÇÃO ESTRATÉGICA
A necessidade de gestão estratégica da inovação está relacionada à capacidade de absorver e interpretar as informações de projeções futuras e de organizar os recursos em ações que promovam o desenvolvimento da empresa e agreguem valor no curto, médio e longo prazo.
As lideranças são os protagonistas de todos esses movimentos e a implementação de estratégias inovadoras não é exceção. Ao contrário, torna-se mais necessária, pois inovação é um número desconhecido e precisa ser revista pelo mercado.
Garantir a diferenciação é uma tarefa que começa no dia a dia da empresa. É responsabilidade do gestor entender a causalidade de cada ação, e ele combina essas ações com outros departamentos e ações para as quais ele pode contribuir melhor.
Alguns temas que podem ser coordenados pelo gestor que visa a inovação estratégica é integrar a inovação com o desenvolvimento de profissionais de alto desempenho, preparar os executivos para utilizar com eficácia as inovações em seus negócios e lidar com os principais obstáculos e propiciar ferramentas para colocar a inovação em ação.
POR QUE A INOVAÇÃO ESTRATÉGICA É IMPORTANTE PARA SUA EMPRESA
Quando se trabalha a inovação de forma estratégica, se torna muito mais simples e transparente para os executivos, gestores e os colaboradores da companhia as razões de se estabelecerem prioridades e onde devem se concentrar esforços.
O alinhamento se torna algo natural e a inovação passa a ser abordada de forma mais fluida em reuniões e iniciativas, permitindo performance, constância e perenidade, e gerando assim diferencial competitivo a longo prazo.
Para isso é fundamental pautar a inovação através do mindset de startups enxutas na visão do escritor Eric Ries, ou seja, “pensar grande, começar pequeno e escalar rápido”.
O foco da estratégia deve ser gerar competitividade para o crescimento da empresa, do negócio, com um portfolio de projetos e iniciativas que permitam o desdobramento deste crescimento em ações de curto, médio e longo prazo, estruturado em um bom planejamento que permita a evolução da cultura organizacional e o treinamento de colaboradores e lideranças para uma maior capacidade inovativa, tudo isso baseado em uma política de inovação cocriada a várias mãos com regras e combinados, no modelo always beta.
POR QUE INOVAR AGORA?
É possível que a pandemia tenha acelerado a adoção de inovações através de novos comportamentos e o que estaria projetado para acontecer em anos está acontecendo em poucos meses.
Este momento tem gerado muitas oportunidades, tanto no mundo físico, a partir de uma gestão digital, quanto no próprio mundo digital, com as novas relações entre pessoas e organizações a partir de suas próprias casas.
Talentos criativos estão sendo disputados globalmente e pagos em dólares ou euros para trabalhar remotamente, programadores de software e cientistas são peças cada vez mais raras neste imenso xadrez de competitividade da nova economia.
O consumo mudou, suas formas mudaram, as decisões mudaram, porque as pessoas passaram a inovar mais e assim estão afetando toda a cadeia produtiva e de valor de companhias, da manufatura ao varejo.
Como resultado, surgem novas necessidades e oportunidades, como ferramentas físicas ou digitais (ex.: internet mais potente, computadores, comunicação, proteção, backups, etc.) para as casas dos trabalhadores, bem como novas ferramentas que orbitam e atendem a essas novas necessidades domésticas: como fast food, supermercados e farmácias online.
Um exemplo é que ferramentas de mídia digital como Zoom ou seus concorrentes agora são ferramentas para o consumidor médio, criando um verdadeiro negócio de varejo digital com enorme potencial.
A casa agora é também um escritório, permitindo mais interação entre os membros da família e menos separação entre funcionários e profissionais.
Tudo isso mudou o próprio caráter das empresas, tornando-as digitais ou fisicamente digitais.
Em outras palavras, a tão discutida discussão da fusão entre o físico e o digital, com o phygital como resultante, nunca foi tão eminente e numa perspectiva diferente, o digital integrado, acompanhando a experiência e a jornada do produto, desde o seu início até a sua realização, agora conta com novas e poderosas ferramentas que ajudam a cruzar empresas, passar por cadeias de produção e distribuição por plataformas e tecnologias digitais Blockchain, I.A. (Artificial Intelligence), Big Data, Data Analytics, B.I. (Business Intelligence), IoT (Internet of Things), ERP, CRM, PLM, MES, Sistemas de Gestão, etc.
Artigo escrito por Beny Fard, membro do Clube BoraFazer: